23.7.25

Primavera

Existe alguma força devorante
que pode me esmagar o sofrimento?
Um rolo compressor, assim, gigante
que planifique a dor deste momento?

Amor? Quando a certeza é delirante 
e fez do tempo embargo tão sedento?
Amor? Quando a paixão me fez amante
da voz que ouço cantar; a voz do vento...

Seria a dor confessa necessária
para formar a brava coronária
nas ramificações dessa raiz?

E a Primavera diz, toda imponente,
que nunca viu alguém tão insolente...
que nunca viu alguém mais infeliz...

6 comentários:

Juvenal Nunes disse...

Gostei muito do poema.É um magnífico soneto.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes

Davi Machado disse...

Agradeço-te, Juvenal!

Outro abraço amistoso.

Álvaro Pontes disse...

Gostei de ler.
Aí é inverno e aqui um verão infernal.
Álvaro Pontes

Davi Machado disse...

Obrigado pela leitura, Álvaro Pontes.
Um abraço.

Bea disse...

O Rio não combina com o inverno. Bom sábado!

Davi Machado disse...

Bom sábado!