29.11.25

um romance noir

a cena em branco e preto;
silêncio e pausa lenta –
escrevo-te o soneto
que a nossa dor inventa... 

teu filme predileto, 
que entrega representa! 
cenário e som; projeto
que a nossa dor sustenta... 

nas sombras – madrugada –
fugimos pela estrada
do sonho e sobretudo

a chuva – triste acólita –
exausta, forte e insólita 
fechava o fim de tudo...

7.11.25

o espião na casa do amor

o amor é força motriz –
fonte de luz que transpasso,
o amor não é infeliz,
nem idolatra o fracasso,

o amor é aquilo que diz –
canta no tom, no compasso,
o amor é sempre um aprendiz 
tentando ter mais espaço,

tão mais humano esse amor
sobrevivente e senhor
da sua própria vontade...

que fez meu peito se abrir,
que vem dançar – conduzir,
que tem total liberdade...