Todo poema é inútil
todo poeta é um mala
entre os males mais raros
Todo poema tem sido inútil?
alarde de sinos
faróis de carros
Ela folheava sensualmente aquele livro. Tinha uma cara de espanto e graça, suas sobrancelhas exclamavam uma muda interjeição. O título de um sarcasmo fodido: "Ser Homem", sem aspas...
O tempo seco acampou em minha voz
uma trupe de ciganos catarrentos...
uma trupe de ciganos catarrentos...
Na altura de Pilares entra no vagão um sujeito composto de cigarro e cana.
...faz calor de manhã em Belford Roxo,
quarta estranha e sem luz, o sol vem coxo
remando atrás das nuvens, que grisalhas
são para o grande azul como mortalhas...
As conduções são quartos ambulantes
repletas de envolvidos em sudários,
o asfalto todo falho de alarmantes
indícios dos descasos partidários...
No mais, há de haver vida na baixada,
embora mais distante e aturdida;
mulher abandonada pobre e grávida,
que tendo a humanidade esmagada,
na lida de ser só encontra alento
e faz da própria dor alumbramento.
Engraçado recorrer ao assunto da morte,
quando até no meu nome há o deboche da vida.
quando até no meu nome há o deboche da vida.
Minha alma é todo
esse vilipêndio,
dentro em instantes:
Incêndio!
esse vilipêndio,
dentro em instantes:
Incêndio!
Agora um par de centavos
que espremes tranquilamente
Dois olhos pouca bosta
cor de água suja
Agora um par de qualquer coisa
rolando ladeira abaixo
Dois olhos engavetados
impostos e metidos
Dois olhos pouca bosta
cor de água suja
Agora um par de qualquer coisa
rolando ladeira abaixo
Dois olhos engavetados
impostos e metidos
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