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Avulsos Atípicos VIII



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I

Abstraio longamente os instantes com minha raquete eletrônica, 
produzindo estalidos faiscantes da mosca mais antagônica. 

II

Carma ruim. Voltarei mosca
e não haverá mais sopa
para meu esporte olímpico... 

Outra ideia tem sido uma fosca
rima aberrante que tropa
num dobro de passo cínico...

III

O SUS é tipo um cassino, 
que acaso a casa se distraia, 
nós conseguimos destino 
com os outros da nossa laia. 

IV

Ai, que me consterna um odor, 
se aquele me tange à memória, 
e chapo aboletado na cor, 
se dela confesso uma história... 

V

Uma semana antes viro helminto 
trançado num casulo biliar, 
na espera infernal que pressinto 
que algo inda vai me chegar. 

Me ferve do estômago o domo, 
não há Sonrisal que combata
com força essa ânsia que como, 
que não me abandona, nem mata. 

VI

Noutra das minhas vidas 
onde um gerente da Adidas 
me julgava para o tronco, 

gestei da dúvida, em suma, 
se ir com meu grunge Puma
dava ares de ser bronco, 

foi prodígio de surpresa
que ninguém naquela mesa
perguntasse sobre a afronta, 

que fingi por simpatia 
que meu tênis nem sabia 
da piada quase pronta. 

VII

Queria nascer, simplesmente, 
e não me entender por nascido, 
trocar o arcabouço da mente 
por qualquer lodaçal curtido,

caçar na savana ou na neve, 
ter prole, um ninho, uma toca
e nunca reter nem de leve
mais nada que verba e provoca... 

Avulsos Atípicos VII



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 I

Antes de sair, esse android, 
confere a playlist do cenário
onde representa o humanoide
que aprendeu no dicionário.

II

Satisfaço minha afeição autocrítica
nos assuntos monotemáticos, 
correlacionados pela tênue
intenção da série
em seguir estacionária, 
mas consecutiva... 

Satisfaço minha afeição 
filtrada 
de nomear, numerar, enfileirar, 
assim feito objetos metafísicos
no todo Caos
insiro descanônicos rigores e índices... 

III

Entre notas ponho traduzir
malditas como Patti Smith
com urgência,
mas dou com o niilismo, 
pego Rimbaud e atiro
sem cadência
ao lado da cama, às mãos
enquanto ouço
a trovoada dos ventos 
volume um, 
eletro-livres, 
de Arno X. F. Breeze. 

IV

Naturalmente de esquerda a pata
lógica da vida se impõe 
antes de se encherem os rabos latifúndios 
do sangue e suor do povo, 
aqueles velhos homens antíteses 
dos mitos, dos sábios... 
A direita está contra de praxe 
a inutilidade e eu, desaristocrata, 
sou tocado de rufares 
para os versos de intentona
com o pendão vermelho tímido 
que me cobre e me faz super, 
defendendo meus interesses, 
revoluciono a fila do SUS... 

V

Logo ao chegar, esse algo-ritmo, 
liga-se à tomada e... stand by... 
sonho consciências no meu íntimo 
por onde minha teia se esvai... 

Avulsos Atípicos (Hack Mod)



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1

Latindo americano 
"I am" de cachorro - 
vira lata suburbano, 
revólver de esporro... 

2

Arábicos numerais sem graça
que nenhum poeta adulto 
poria num poema de pirraça, 
a menos que não seja culto. 

3

Eis o diagnóstico:
sub neandertal! 
Seja o zoológico 
teu lar habitual. 

4

Lá vem ela - rolo compressor, 
esmigalha-me em conflito, 
pensando ser mesmo dor
a dor em que eu acredito... 

5

Você que não notou 
que "emprestei" do Pessoa, 
ainda não me acabou, 
tenho muito tempo à toa... 

6

Controle medicinal - check, 
tornou-se sussurro de agonia
a vontade de dar um xeque  
no mate da minha heresia!

Avulsos Atípicos VI



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I

Janeiro, estranho janeiro...
Nem sol, nem aquele forte 
excepcional sentimento de cheia
da nuvem redentora da morte.

II

Tenho medido o nó da corda
e nutrido bílis demasiada,
da culpa a voz me concorda:
eu não devia pensar em nada...

III

Antes mais que demodê, 
o amor uníssono aconteça,
antes uma rima fruto de clichê
do que dar um tiro na cabeça.

IV

Agora são atípicos os avulsos,
descoberta tardia, mas factual...
Ontem sonhei cortar os pulsos
mas não era eu, só outra vestal...

V

Se eu tivesse em oitossentos
chupando no pênis do haxixe, 
talvez hoje seria um dos ventos 
que movem gênios de pastiche... 

VI

Marquei doutora, hein! Quero receita
que do combate vença todo olvídio...
E enquanto a melodia me rejeita
vou da festa evitando o Suicídio... 

Avulsos Atípicos (Hard Version)



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I

Vermelho o grito medonho 
insulta a deus, é um sonho
sumir diante do absoluto 
sem fim, sem adeus, sem luto...

II

Há meses um npc 
de survival horror...
quem me dera você
soubesse me impor

qualquer comando -
algo mais, um sentido
nesse quando em quando 
nunca concluído.

III

Mesmo a ausência 
torna-se incompleta -
a vida é uma evidência 
de uma falta abjeta.

IV

Até quando levar as mãos à fronte,
afundar o crânio entre dez dedos,
na procura infantil alucinar o horizonte 
no furor inalcançável dos segredos?

V

Será você, leitor, o Anjo da morte
no deleite dessas vicissitudes,
será o meu amor, minha consorte 
no mistério dessas amplitudes?

VI

Salve, Abramelin!... Adramelech,
maldito o arco-íris do teu plasma!
Ah, não importa quanto eu peque 
sempre há mais narina pra miasma!

VII

Já já a boca nunca mais diz...
Já já não sobra um relato...
Já já não será mais o infeliz 
que em vida vive putrefato...

Avulsos Atípicos V



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I

Diante do óbvia negativa planejo
deitar o meu desterro pessimista
igual a quem despede-se com beijo 
não tendo do futuro uma só pista...

II

Boneco cenográfico – emulo 
a lógica aparente que espero,
mas todo meu esforço é nulo,
eu sou a divisão por zero...

III

Se chego – chego depois deles...
Se vou – eles já estão lá...
Se quero – nunca é como aqueles...
Se estou – tudo já não há...

VI

Itero sobre todas as perspectivas, 
Prolixo – esfinge magra e estranha,
intento mil telas intuitivas
com olhos de uma dor castanha...

V

Dentro do espectro imaterial 
move-se o intelecto sub-humano...
Eu sou o último Neanderthal 
que ainda não entrou pelo cano...

Avulsos Atípicos IV



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I

Faça filhos - dádivas, presentes...
Para que, Jesus, se planejar? 
Para que escovar os dentes?
Para que comer, beber, pensar?...

II

Existe um "eu" que pensa - um conceito 
que aprendi num livro sobre autismo,
e existe um "eu" ativo, um "eu" perfeito 
que faz e quer fazer - que romantismo!

III

Pessoas são bocas. Pessoas são 
o abrir e fechar de lábios eloquentes,
mantenho o foco - lá fora um furacão
passa... E nós seremos confidentes...

IV

Olhar em teus olhos é como despir-te 
tão lento quanto um pulso cardíaco.
Olhar em teus olhos é como cobrir-se
de um encanto, de prazer demoníaco...

V

Trabalho! Eis o deus, venere-o já!
Quanto mais teu sangue ele suga
mais do teu sangue ele desejará...
Não há descanso, tempo, amor, fuga...

VI

Sete horas da noite, minh'alma desertora
debanda para os mundos abissais, 
deixando uma desordem promissora 
engasgada nas minhas cordas vocais...


Avulsos Atípicos III



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I

Desce ao fundo abismal, cujo 
teu cérebro arquiteta o estético
teatro da mentira, o mais sujo
anseio de não parecer patético.

II

A mão sempre estendida de horror,
já quase cadavérica, nota-se
a intenção de tocar o interruptor 
onde Deus mandou por o Foda-se!

III

"Apto para exercer a função proposta.
Apto para cumprir, vender, comunicar.
Apto para não perguntar, não dar resposta.
Apto para morrer antes de se adaptar."

IV

Até mesmo um brinquedo retorcido 
pela ação do tempo e da melancolia,
tomado por alguém embrutecido 
encontra alguma estranha serventia...

V
"Fica para trás, retardado!
O silêncio da tua ausência 
será de certo apreciado 
com toda nossa irreverência!"



Avulsos Atípicos II



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I

Se a paz está no silêncio
abrir a boca é para as feras.
Se a ti minha boca alcançar,
minhas desculpas sinceras!

II

Quem me dera um interruptor
neste circuito de pensamentos!
Disse outra voz entre as emoções 
que aprendi com os desatentos.

III

Ensaio no espelho 
outro "bom dia" normal,
um "boa noite, meu chegado",
mas sempre fica sem sal.

IV

Você não poderá evitar 
o movimento robótico!
Você não poderá refutar 
outro argumento lógico!

V

Sobressaem os negativos 
que tendo a remoer,
por enquanto os positivos 
tendem a se esconder.

VI

O cântico dos sonhos 
ecoa nos místicos 
campos dos Anjos 
ansiolíticos...

Avulsos Atípicos



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I

É sobre mim este poema.
O perfume - WD40.
A consciência um sistema 
operacional dos anos 90.

II

Ando desse jeito
num passo enlatado,
se apresento um defeito
não fico triste, mas enferrujado.

III

Ensaio sorrisos em reflexos.
Será que sou humano?
Tento acompanhar a normalidade 
e esse é todo "Plano".

IV

A dúvida segue meu rastro
calma e constante 
encaro o seu rosto altivo,
incompleto e delirante.

V

Um verso ou melodia 
num ciclo que sempre ecoa,
um gesto que me transborda 
que sempre faço, embora doa.