Há qualquer coisa de abrupta e cortante. (Uma preguiça de rabiscar, descrever... Vamos lá, vamos! )
Tem esse clima de asfixia, de bateria 5%. Eu, que já reconhecia nas nuvens o alarde do trovão, acabo atingido facilmente, turvado na tempestade que estronda entre nós, maldizendo cada vez mais o lugar onde minhas mãos não satisfazem. (Isso não ficou tão bom, né? Foi o melhor que pude conseguir, me deixa!...)
É um luxo esse prazer da ausência, chego a sentir os lábios trêmulos pensando no teu gosto de lichia. (Olha, lichia é uma fruta romântica sim!)
Posso dizer o que eu quiser, que no mundo em que estamos inseridos os poetas são estrangeiros longínquos. (Egocêntrico? Prove que não!)
Então, por que você não me traduz? (Embora eu escreva na tua língua, isso de traduzir é bonitinho, vai, tipo entender o idioma dos anjos, metáfora pobre, mas eficaz. Estou longe de um anjo, talvez djinn, não sei, não tenho ascendência árabe, queria ser filisteu, mas nasci em Judá, Saul curtia meus sonetos e solos pinkfloydeanos de harpa... )
Há tanta certeza no amor. Pena que não sabes, meu caju, o quanto a vida pode ser cínica, cruel e cara. (Ai, que má, que má!)
Se nossos lábios se encontrarem, se as estrelas se alinharem, se os deuses de outrora viessem nos saudar, se apenas houvesse uma chance, tudo ruiria desastroso - castelos de areia, pilhas de pedras, represas frágeis, pontes cariocas, barros nas encostas em janeiro...
(...)
O amor, minha lacáride míope, é o vulgo do tempo.
(Uma puta dor de cabeça, cadê Dipirona?...)
Espero retorno.
Do teu aluado Don Quixote de la Ganja.