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Vocal



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Cavernas dentro propaga
hereditária, constante 
a onda que vibra da saga 
a melodia consonante... 

Corpo dos timbres, vestígio 
do choro novo, da clara
tensão vital que o prestígio 
da dor nos toma e declara

escrito o senso que lavra,
nomeia, colore e indica, 
que dá-se em toda palavra 
dotada do que comunica. 

Bateria



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Sincopado 
dedicado 
para te prender, 

baque inchado 
represado, 
bruto de poder, 

velho atrito, 
rito e mito 
puto de bater, 

infinito 
torque aflito 
rubro de verter, 

gordo murro, 
nojo e curro;
crime de prazer, 

débil urro, 
cuspe surro;
tiro de render, 

do arremate 
transe e abate, 
fome de foder, 

do combate 
que retrate
parte do viver, 

primitivo 
golpe vivo 
farto de conter, 

recursivo
compulsivo
riso de sofrer, 

tribal dúbio 
do subúrbio; 
ritmo de arder, 

interlúdio 
que o repúdio 
traz por responder, 

barbarismo, 
belicismo
pronto pra romper, 

paganismo, 
terrorismo 
todo de tremer, 

chaga prima
que se exprima, 
gozo despender 

que de cima 
nos redima 
para nos vencer. 

Baixo



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O calibre grosso
do fundo do fosso, 
soturno esboço, 
betume do troço;

monótono fulo, 
vibrátil casulo, 
volátil adulo
que domo, que bulo;

do medo modorro 
degredo e esporro 
que monto, que morro, 
que surjo socorro;

tirano amigo
que firo, que digo
no fado que irrigo 
no nó do umbigo;

dobrado borrão 
do lábio do não
vingado e malsão 
amado irmão;

conciso no dom, 
afago do som, 
rebolo do tom 
que é vago, que é bom, 

que transo no avanço, 
não calo, não canso, 
abismo que danço 
metálico e manso;

translúcido torvo
que d'olho do corvo 
te trago e absorvo 
num túrbido sorvo, 

que mais reverbero, 
que pronto pondero
contínuo, prospero 
rosnando o que quero;

que pulso e trituro 
passado, futuro, 
silábico e duro
quadrúpede puro! 

Guitarra



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A elétrica lira
meu tímpano morde, 
meu corpo transpira
na chama que atira
o teu longo acorde - 
Oh, Byron, milorde!

O gume do arpejo
das cordas de aço
despende um desejo, 
trafega o regaço
que fere o solfejo...

Ascende uma escala
quebrando cristais
e quando resvala
eu quero tocá-la 
como os imortais - 
Oh, meu Satanás! 

O tempo é torcido 
no turvo bemol 
ou num sustenido
pendura um anzol 
que arrasta o sentido... 

Propaga-se a luz, 
inverte-se a cruz
que te reproduz
humana, blasfema
no sonho de Dante 
o horror dissonante 
que vem semelhante 
ao som do poema, 

eriçam-se os pelos 
e os dedos vão pelos
os mistos apelos 
dos trastes, das casas
compostas no solo, 
erguidas do solo 
do templo de Apolo - 
seis cordas, seis asas!