*para uma HQ do Alan Moore
Respiro. A cela toda ao redor. Desenho sol e nuvens nas paredes úmidas, redefino ideias de júbilo. Fantásticos sons exteriores me fazem perceber todo meu estado equívoco. Enfio a cara entre as grades, penso em socorro, em morte. Tenho paciência. Súbito, rompo com todas as meditações, sobretudo as que me dão esperança; esse caminho onde se visa o fim das coisas. Mas, que fim? Sempre outra sentença principia, torna a ampulheta vagarosa a trabalhar contínua, irrefutável.
Fumo. Tenho na sombra um adversário,
desfiro baforadas, provoco-o...
Estarei louco? Examino meus dedos...
Estou completamente oco... oco!
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