Era um dia normal.
Segunda-feira.
Entrei numas de acender fogueira
pra dançar meu ritual de guerra
com os pés descalços
sobre a terra...
Tomei um litro e meio de sangria,
confundi estupidez com rebeldia,
fui ter com os perdidos amizade
e acreditei que existe a liberdade.
Era um dia normal,
ganhei no bicho.
Fiz do que era santo
um capricho,
comi das flores as cores do odor
e o gosto encheu minha boca de torpor,
deitei nesta clareira morna e mística
como um fauno acometido pela tísica,
enfim, um melancólico enojado
de mim, da distância, do planeta, do Estado...
Posso ver com total clareza?
até onde os meus braços vão?
da minha boca o calor se afasta,
em minha mente pensamentos são
até onde os meus braços vão?
da minha boca o calor se afasta,
em minha mente pensamentos são
emaranhados em espirais doentes...
Terra infértil... abortados brotam
diante da escultura que eu ergui
para o culto dos que se importam...
E arrasto uma memória ruminal
feito inútil e desgraçado animal,
preso numa velha interrogação...
E ciente do que eu não alcanço
ainda sim inconsciente avanço
até meus pés saírem do chão...
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