Eu digo ao meu amor: ''já não vem o mundo?"
Eu caio sobre meus próprios pés, bêbado de euforia. Logo, por falta de tato, invento mapas. No esculpir da madeira que abaúla o tesouro futuro, firo os dedos, que a dor estética dói menos que o martelo e o formão. E rompo.Ouço Caetano, segunda feira, salvo a cifra, não é fácil nem difícil. Não é Djavan. Quero qualquer coisa que me fuja e me acenda, quero não querer desviar o meu olhar. Longitude, entre nós o caos tomou seu trono e decretou sua Lei do não sentido, do amor vivido e não vivido!
Estou repleto, amor. Já devem ter dito, os velhos filósofos, que a expectativa é o mal. Quero me salvar desse desespero, intento meditações, emulo mantras da Ásia, esmurro pilares de templos que não caem, nem uma só poeira sobre a cabeça dos príncipes resvala e o riso de toda gente em volta testifica a comicidade desta total cegueira.
Montei uma playlist de músicas românticas, coisa fina, eu acho. Enquanto qualquer jogo me distrai, recordo que o nome do meu planeta nem rima.
Nada é garantido, além do que eu não te digo. Estou repleto, luminescente, pronto a explodir de tudo. Não mais me abalo, me convenço, me obrigo, me escravizo, o mundo me enche e a sua mentira já não é novidade, amor, tua peça é uma reprise às moscas.
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