No trem



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Teus olhos, senhora... que arrepio!
Teus gestos de velha... que destreza
ao passar a página, beleza!
Fico a te fitar, assim, sombrio...

Fernando Pessoa com sua Mensagem
nas tuas delicadas mãos sem viço, 
parece que vejo... era miragem?
Fico a te fitar, assim, mortiço...

Teus olhos, senhora... dois açoites!
Quem me dera vê-los pelas noites
dentro do vazio... pouco importa

o que eu quero... foste embora e tchau!
Quem sabe hoje já não estás bem morta
sem chegar do livro no seu final?...

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