Meus 8 anos



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Era um sonho recorrente 
deitar sobre papelão,
coberto de um trapo dolente 
perto da chuva e do trovão...

Desses desejos sem perna 
nem braço, tronco ou cabeça,
gritar um nome na caverna,
morrer antes que anoiteça...

Ir limpando toda cidade 
pendurado a um caminhão,
dar costas para a humanidade:
ser a chuva e ser trovão.

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