Eu disse te amar crendo proferir um encantamento medieval, um desejo de que o mundo físico se modificasse, mas era feita de ouro de tolo minha pedra filosofal.
Aqui seremos francos, aquele teatro infantil machucou a nós três. Dediquei sonetos, poemas imensos, erros gramaticais apenas conhecidos por mãos adolescentes ansiosas em conquistar uma paixão idealizada, "comunista".
Longe de mim me eximir do conceito da culpa, mas na real, me perdoe, eu menti.
Não existe amor sem cumplicidade, sem aquela partilha de dor fúnebre ou riso escandaloso de piada duvidosa. Nosso amor era natimorto. Como um algoritmo simulando saudades e carências de uma outra dimensão.
Bem, como todo poeta... não, não serei um canalha desse tipo! Errei e ponto. Penso ter acabado lá, mas talvez eu tenha deixado alguma semente murcha, que brotou uma flor moribunda, que te perfuma com os vapores de Delfos...
Olha, com todo respeito, mate esta flor!
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