I
Ele criança amava e amava
mês após mês, mês após mês...
ele, feito homem, não dava?
Não! Trabalha de seis às seis...
II
Lá vem a depressão,
lará... lerê...
E estou na sua mão,
mas você...
Você é uma canção,
lerê... lará...
Meu duro coração,
té quando durará?
III
Eu amo cantar da morte
seus sonetos outonais,
talvez algum dia - má sorte,
ela me cobre os autorais...
IV
Se sou isso,
aquele sou -
se sou outro
um outro sou,
Se há mais "se"
travo... Contudo,
se não há "se"...
(telefone mudo)
V
Estranha tarde outonal aquela
onde o anjo que tudo me revela
veio visitar-me...
E disse, mantendo a compostura,
que a minha nova sepultura
tá um charme!
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