Esses verdes olhos de vidro -
agora sozinho, finalmente...
experimente o último espasmo,
numa pilha de lixo indigente...
Eu vi porcos - certo que o devorem,
como lentamente tenho sido...
Menos, né? Por um segundo
invejei o teu último gemido...
E que esperança! Duvidei até gelar,
suas orelhas e abri seu fuço,
já com aquele característico
fedor de carne quase ida - soluço...
Bem, eu o amava... nada contradiz,
sempre recorro à poesia unguento...
Mas os anos 20 estão aí, baby,
e a dor é um algoritmo lento...
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E eu que não quero chorar mais
marejo diante de ti, me estio
ao falhar no contrato de macho,
nesse olhar de vidro verde vazio...
2 comentários:
Há anos eu não escrevo mais um soneto. Desde aqueles tempos. Mais ainda os guardo, todos. Meus e não.
Tudo há seu tempo, né, mas a poesia tá aí em você.
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