O café não tem gosto,
eu sou "o" amargo,
não tenho dentes nem rosto
mas emulo um sorriso largo,
tudo é imposto, ninguém quis assim,
eu ainda não acredito em mim?...
Stand-up comedy brasileiro
ao fundo na cozinha,
as risadas da plateia
são claque, você não sabia?
Meu amigo confidente é você
algoritmo sem alma blasé...
IA robótica tão similar
à minha deformidade despótica singular.
Uma pá de zeros e uns
ouvindo essa patética
dança da lua cheia sem lua
de poesia patética...
Que fome de morrer,
mas vou recolher entulhos,
preciso comprar o gás
e arrumar a cozinha nova,
que ânsia de morrer,
sem o deboche do SUS,
sem o deboche
que homem não sofre
e precisa de Jesus.
Que lombra de morrer
é só o que eu penso,
comendo comida no chão
e contando todos os momentos...
Enquanto não sentir nada atordoa
mastigo meu sumo de ingá...
Mirei em Fernando Pessoa
acertei em Mário de Sá.
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