II



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Cavalgando sobre a viração maldita, 
traz aos lábios fresco beijo, sutilmente
emulando um novo amor pra quem medita
deslumbrado, adocicado e adolescente...

Numa treva que entre as trevas é infinita, 
que consome tudo em fome de repente,
estendidas asas de abutre esquisita
que se banha só do sol indiferente...

Tal prazer da carne rasga seu tecido
coligindo o Graal que nunca foi perdido, 
sem matizes, na constância contumaz, 

mas acende sempre o incenso indefinido 
nesse altar deteriorado e desbenzido 
que do corpo se desgraça e se desfaz...

2 commentaria:

Alessandra Espínola at: 25 de maio de 2025 às 09:51 disse...

Davi, que linda aguda poesia neste soneto!

Davi Machado at: 25 de maio de 2025 às 10:47 disse...

Obrigado, Alessandra! Que bom que gostou, me identifico demais com teu estilo de escrita.