No meu dissimular de déjà vu,
tentei justificar um vaticino,
onde retorcia um homem-bem-te-vi
de dor sobre a soleira, ao sol a pino,
tomei teu corpo pobre, e me atrevi
cuidar-te as asas quedas de menino,
depois dei-te ao biquinho, que previ
tomar de toda boca algo ferino,
a carne do meu pão recém partido,
o sangue que um milagre fez ungido
por tantos passarinhos machucados,
e a mim? não resta mais que ver partir,
assim como chegaste, podes ir,
agora que não tens pra que cuidados...
2 commentaria:
Parabéns pelo belo e imagético soneto. Grata pela visita. Luz e paz. Uma ótima tarde
Oi, Sonya. Obrigado pelo elogio! Boa tarde também.
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