XV Os pássaros



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No meu dissimular de déjà vu, 
tentei justificar um vaticino, 
onde retorcia um homem-bem-te-vi 
de dor sobre a soleira, ao sol a pino, 

tomei teu corpo pobre, e me atrevi 
cuidar-te as asas quedas de menino, 
depois dei-te ao biquinho, que previ 
tomar de toda boca algo ferino, 

a carne do meu pão recém partido, 
o sangue que um milagre fez ungido 
por tantos passarinhos machucados, 

e a mim? não resta mais que ver partir, 
assim como chegaste, podes ir, 
agora que não tens pra que cuidados... 

2 commentaria:

Sonya Azevedo at: 10 de julho de 2025 às 13:43 disse...

Parabéns pelo belo e imagético soneto. Grata pela visita. Luz e paz. Uma ótima tarde

Davi Machado at: 10 de julho de 2025 às 15:15 disse...

Oi, Sonya. Obrigado pelo elogio! Boa tarde também.