Assisto ao gosto triste da modorra
ao rabiscar, facinho, como venho
já indo pros quarenta, por desforra
da cara do Destino que despenho.
Quando eu não menos era do que porra,
não tinha tanta fome, tanto engenho,
no bucho da cadela mais cachorra
cresci, também mamei forte e ferrenho,
e agora que vos sei, meu bom carinho,
não posso me fazer de coitadinho,
na mira dos teus olhos, que me julgam,
mas lato! que as malícias me consomem,
sem mais, trago pendentes, no abdômen,
aquelas coisas tristes que não mudam!...
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