I
Nem as meninas de óculos
curtem meninos de óculos...
É o cúmulo!
II
As redes sociais
capturam peixes, eu incluso,
que, orgulhosos de suas escamas
reproduzem brilhantes peixografias
de seus sucessos de nado(a),
quanto mais valorizam
seu recife de corais,
mais iguais... mais iguais...
no abissal da cadeia alimentar.
III
Olha
meu poema tardio
que nos sugere suicídio,
mas eu não vou...
minha mesa de livros
nessa bagunça organizadamente
planejada...
minha canção do momento
oportuno,
minha paisagem capturada
nos cafés meia luz meia foda...
Olha
meu poema novo
cheio de referências difíceis
onde preencho o vazio
deixado pelos meus pais...
IV
Pensei em compor um poema
somente de emoticons...
Eu seria pioneiro
na vanguarda do emoticonismo
como o rei Salomão,
meu filho,
foi o pioneiro na arte da sedução
em que o único argumento é ter grana.
V
Sempre que te vejo
por essa janela do abismo
sinto um suave gotejo
do velho ultra romantismo...
VI VI VI
Porque os números romanos
emprestam um arzinho de classe,
são como amuletos da sorte...
como se Satã se importasse...
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