Não confie no meu eu não-lírico,
que ele não te revela o presente,
que ele não finge, não mente,
que ele não é.
Não confie no meu eu não-lírico,
que ele dorme, erra, faz-não-faz,
que ele teme aproximar-se demais
do que ele é.
Ai, meu eu não-lírico vai longe
buscar o dicionário, o dicionário!...
Tropeça — unha encravada — caralho!
que dor!
Ah, esse meu eu não-lírico, garoto
míope! anedônico! presunçoso!
carne, finito, parco, meloso
de amor...
2 comentários:
Bom dia Davi, que magnifico poema. O eu lírico, realmente, vive o que sonhamos. Muita luz e paz. Um ótimo domingo. Abs
O eu lírico e suas traquinagens. rs
Abraço
Postar um comentário