Ora, se não sou o astro em mim,
afogado em mim,
intraduzível?!
Logo aquieto
as minhas intenções sublimes.
Nada em mim é sublime
e o que desprezo
é análogo à minha condição...
Ai, a vaidade da autodestruição!
Uma fração qualquer -
nem poeira cósmica,
nem barro edênico.
Em mim somente a consciência
me separa da selvageria estúpida,
mas não me livra
da estupidez de mentir,
porque sou selvageria estúpida.
Ora, se não sou o mais paupérrimo
dos lerdos, dos idiotas, crendo-me raro
entre enjeitados,
em meu cubículo mental?
Ai, que pedestal!...
Enquanto isso - Eis o sol
a estender suas fitas douradas
para a festa do verde idílico,
dos faunos e das ninfas,
e os deuses estruturais são saudados
para um novo ciclo de dor e de sorrisos,
dentro da Terra dos seresinhos "conscientes",
A Terra - esse cristal de areia
no segundo relativo
da ampulheta do Verbo.
I 6:00
Os observo do meu covil,
busco capturar o sentido
do que se propõe traduzível
apenas sendo, como se bastasse
um gole de expresso
para o apontamento conclusivo.
Quanta similaridade física!
Nada mais... Há partilha no bando
e suas intenções são claras,
por mais medíocres que possam parecer.
Então balanço minha pedra afiada
forçando meu corpo ereto,
sobre a savana imponente caminho,
consciente, atônito e primitivo
bato meu cartão.
II 18:30
Nunca estarei entre meus pares.
Isso posto, invisto em reflexões
que mais ecos do que nunca
me trazem...
Nunca estarei entre meus pares.
Ao nascerem, meu corpo e consciência,
destituídos de ferramentas comuns,
apenas emulam a normalidade típica
dos típicos.
Nunca estarei entre meus pares!
Observe que nossa característica intrínseca
nos compõe solitários e tortos,
como, por deus, iríamos nos agrupar
contrariando nossos níveis de desinteresse
no que é o outro? No que faz o outro.
E é assim por acaso?
Nunca estarei entre meus pares?
Que presunção chocha, galopante
feito um soluço demente
resvalando sarjeta,
lambendo rastros de lama
busco capturar o sentido
do que se propõe traduzível
apenas sendo, como se bastasse
um gole de expresso
para o apontamento conclusivo.
Quanta similaridade física!
Nada mais... Há partilha no bando
e suas intenções são claras,
por mais medíocres que possam parecer.
Então balanço minha pedra afiada
forçando meu corpo ereto,
sobre a savana imponente caminho,
consciente, atônito e primitivo
bato meu cartão.
II 18:30
Nunca estarei entre meus pares.
Isso posto, invisto em reflexões
que mais ecos do que nunca
me trazem...
Nunca estarei entre meus pares.
Ao nascerem, meu corpo e consciência,
destituídos de ferramentas comuns,
apenas emulam a normalidade típica
dos típicos.
Nunca estarei entre meus pares!
Observe que nossa característica intrínseca
nos compõe solitários e tortos,
como, por deus, iríamos nos agrupar
contrariando nossos níveis de desinteresse
no que é o outro? No que faz o outro.
E é assim por acaso?
Nunca estarei entre meus pares?
Que presunção chocha, galopante
feito um soluço demente
resvalando sarjeta,
lambendo rastros de lama
golpista!...
Nunca estarei entre os meus pares...
Nunca estarei entre os meus pares...
De repente é tarde.
Desenho olhos confortáveis
psicografando temores sociais
sobre a folha, sobre o tempo...
O café amargo só faz sentido
quando a vida é doce.
Eu tento adivinhar padrões
na irregularidade dos sentidos,
sempre mantive cativa
a analogia de que as pessoas
são particularmente tão complexas
quanto um universo.
Eu não entendo o universo.
Deveria eu silenciar
e ainda mais;
descendo até o íntimo Sheol
para me reencontrar
e esse eu que deveria ser
vir para a luz comigo,
altivo e desconcertante,
mas cada vez que abro a boca
é um declínio, uma miséria,
e já tão fundos
corriqueiros, meio mé, e meio
que cansa a autopiedade,
então deveria eu silenciar
como a pedra da cachoeira
rachada de água gélida,
como o ninho do pardal
ou algo mais bucólico
que me proponha a fuga
daqui.
e ainda mais;
descendo até o íntimo Sheol
para me reencontrar
e esse eu que deveria ser
vir para a luz comigo,
altivo e desconcertante,
mas cada vez que abro a boca
é um declínio, uma miséria,
e já tão fundos
corriqueiros, meio mé, e meio
que cansa a autopiedade,
então deveria eu silenciar
como a pedra da cachoeira
rachada de água gélida,
como o ninho do pardal
ou algo mais bucólico
que me proponha a fuga
daqui.
Arqueja sobre o chão meu corpo branco e sujo...
Ela me disse: "talvez seja obra de outro mundo,
algum obsessor que te quer ver um caramujo
que redundante arrasta o seu passado imundo..."
E ciente dos eflúvios que a mente enternece,
discuto com espelhos falhos, divergentes
espectros do eu - do que inflama, do que apodrece,
do que cai em terra fértil entre muitos afluentes.
E virá a Desvontade com seu manco acólito,
aspergindo triunfante o odor do despropósito
da jovem floração que advém do meu rancor...
E definho abraçado à completa preguiça,
ela me diz: "é do espírito! Vai ao centro ou à missa!"
E minha alma esvanece com tamanho amor...
Há muito que eu tomo
o mais grave e lúcido cuidado...
Há muito que tudo me ensina
o mais grave e lúcido cuidado...
Há muito que tudo me ensina
a permanecer calado...
Dancei com soldados no vale da Morte,
tornei-me despojo, tesouro e consorte
do sangue aspergido, do velho transporte,
meu corpo era o nada no centro do Caos...
Eu tive nas mãos a humana trindade:
a Dor, a Esperança e a Finalidade.
Ouvi o seu canto, ergui sua cidade
altiva e suspensa nas nuvens do Caos...
Da vinha do tempo colhi meu compasso,
bebi do silêncio discreto e devasso
do fim da canção que vibrava no espaço
o som do meu nome nas cordas no Caos...
Dormi com vencidos no jardim da Vida,
um servo da lágrima por cada caída
e em todo levante era mais despedida
no adeus do horizonte de eventos do Caos.
Mediano. Nada incomum.
Insisto na praga e a prova
que busco, farto de mim,
Insisto na praga e a prova
que busco, farto de mim,
e nada mais me renova...
Despendo e inspiro e flexiono...
– Será que inda não me aprendi?
– Será que inda não me enfrentei?
– Será que não me arrependi?
Que mal, Davi, mas que ruim!
A sentença é prepotente,
sem recurso, sem defesa,
violenta e simplesmente
me atravessa nesse fosso
perfurando todo um dano...
Sempre um autossabotado
afeito a mais desengano.
Despendo e inspiro e flexiono...
– Será que inda não me aprendi?
– Será que inda não me enfrentei?
– Será que não me arrependi?
Que mal, Davi, mas que ruim!
A sentença é prepotente,
sem recurso, sem defesa,
violenta e simplesmente
me atravessa nesse fosso
perfurando todo um dano...
Sempre um autossabotado
afeito a mais desengano.
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