Passei dos 16 aos 22
por alguns números
na rua Álvares de Azevedo,
da fábrica Chinezinho,
da casa de minha tia Jô
e do meu amor morena,
da travessia para a escola Rio de Janeiro
para o postinho da Xuxa...
Naquela época era impossível
compreender minha própria lira.
Na aula de literatura brasileira
sobre o Mal do Século,
no presídio-escola Delfim Moreira,
percebi que eu era aquela rua
e decidi assim rotular meu verso
por falta da concepção de estética,
encantado com a tragédia do nome
daquela rua, daquele poeta
que eu queria ser, que já era,
também eu tinha tanta tragédia...
Naquela época só era possível
compreender minha própria ira.
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