É véspera da morte, rememora
a pátria que pariste, Vate Caolho,
prepara algum lençol e põe de molho
nas lágrimas da Tágide que chora;
que inveja dessa gente que decora
a música que molha a tez do abrolho,
por onde compuseste teu refolho
ao mar que n'alma fere a dor da aurora,
reclamo a mim também essa orfandade
e o luto, que enferruja as línguas, há de
plangir da renascença assinalada
o tom que vai contigo, moribundo,
e mesmo cá distante em novo mundo
encontra ressonância desprezada!...
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