Por
que vais, morena pequenina,
e
não me levas em teu burel?
Meu
coração – cálida Palestina,
há
de abrigar-te num mausoléu!
*
Sentir-se
só é quase uma verdade
que
para bem completar-se
o
indivíduo tem que despir-se
para
crer no próprio disfarce?
*
É
noite – eu saio – a cidade é
os
jogos dos velhos Adalbertos –
as
damas – dominós – carteados –
os
olhos dissimulando desertos
*
Eu
fui do burgo o bom castelo –
foi
protegida a minha senha,
mas
veio o tempo e me deixei
e
quando mais pensava sê-lo
...
E
até minha alma, que de mim desdenha,
ri
de tudo que de mim despenha
...
Hoje
excursionam por mim decretos
de
um desconhecido rei,
tenho
por dias prediletos
os
que ainda não infectei
...
*
Quero-te
firme, amante infiel –
Aldebaran
das boemias passadas...
Hás
de notar muitas fagulhas no céu,
como
nossas recordações recortadas...