4 de mar. de 2023

Do Caos


Dancei com soldados no vale da Morte,
tornei-me despojo, tesouro e consorte 
do sangue aspergido, do velho transporte,
meu corpo era o nada no centro do Caos...

Eu tive nas mãos a humana trindade:
a Dor, a Esperança e a Finalidade.
Ouvi o seu canto, ergui sua cidade 
altiva e suspensa nas nuvens do Caos...

Da vinha do tempo colhi meu compasso,
bebi do silêncio discreto e devasso
do fim da canção que vibrava no espaço 
o som do meu nome nas cordas no Caos...

Dormi com vencidos no jardim da Vida,
um servo da lágrima por cada caída
e em todo levante era mais despedida 
no adeus do horizonte de eventos do Caos.