11 de nov. de 2018

Era um dia normal.
Segunda-feira.
Entrei numas de acender fogueira
pra dançar meu ritual de guerra
com os pés descalços
sobre a terra...
Tomei um litro e meio de sangria,
confundi estupidez com rebeldia,
fui ter com os perdidos amizade
e acreditei que existe a liberdade.

Era um dia normal,
ganhei no bicho.
Fiz do que era santo
um capricho,
comi das flores as cores do odor
e o gosto encheu minha boca de torpor,
deitei nesta clareira morna e mística
como um fauno acometido pela tísica,
enfim, um melancólico enojado
de mim, da distância, do planeta, do Estado...

8 de nov. de 2018

Posso ver com total clareza?
até onde os meus braços vão?
da minha boca o calor se afasta,
em minha mente pensamentos são

Emaranhados em espirais doentes...
Terra infértil... abortados brotam
diante da escultura que eu ergui
para o culto dos que se importam...

E arrasto uma memória ruminal
feito inútil e desgraçado animal,
preso numa velha interrogação...

E ciente do que eu não alcanço
ainda sim inconsciente avanço
até meus pés saírem do chão...