4 de mar. de 2016

A cela

Desenho sol e nuvens nas paredes úmidas, redefino ideias de júbilo. Fantásticos sons exteriores me fazem perceber todo meu estado equívoco. Enfio o fuço entre as grades, penso socorro e sonho. Tenho paciência. Súbito, rompo com todas as meditações, sobretudo com as que inspiram esperança: esse caminho, esse trilho, essa melodia cínica antes do fim da peça. E que fim? Logo principia outra sentença irrefutável.

Fumo. Tenho na sombra um adversário,
desfiro baforadas e provoco-o...
Estou louco? meu deus! que grande claviculário
oco... oco... oco... oco... oco... oco...

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