29 de dez. de 2019
Voltei pro mar,
o céu fechou.
O desaguar
se aproximou,
Senti verter
da cor a luz,
quis me converter
e abraçar minha cruz.
E agora é questão de tempo.
Agora é questão de tempo...
Meu bem, será
que vai ser fatal?
O que se tornará
transcendental?
A tua voz?
O teu olhar?
Algo que entre nós
quer se libertar...
E agora é questão de tempo.
Agora é questão de tempo.
27 de dez. de 2019
25 de dez. de 2019
às vezes minha bem amada
quando eu digo aquelas coisas
como a estória sobre nós dois
sermos dois prometidos do tempo
depois das tuas reações sofisticadas
tenho uma leve impressão de que você preferiria algo de origem canalhística
sem toda essa verborragia pontuada
erroneamente urdida e articulada
pos-romântica pos-modernista pos-bosta decadenciosa prepessimista
retrocesso de vanguarda
e chula fuleira feito mula e nula
que eu dissesse
dissolvendo em três palavras
quero-te-comer
assim mesmo no c(r)u
e em dois segundos já estivesse nu
quando eu digo aquelas coisas
como a estória sobre nós dois
sermos dois prometidos do tempo
depois das tuas reações sofisticadas
tenho uma leve impressão de que você preferiria algo de origem canalhística
sem toda essa verborragia pontuada
erroneamente urdida e articulada
pos-romântica pos-modernista pos-bosta decadenciosa prepessimista
retrocesso de vanguarda
e chula fuleira feito mula e nula
que eu dissesse
dissolvendo em três palavras
quero-te-comer
assim mesmo no c(r)u
e em dois segundos já estivesse nu
23 de dez. de 2019
Os Monges
Quem do pecado nunca foi culpado
não pode, enfim, aqui nos perceber.
Nós somos monges sob o sol pintado
num mal vitral que ninguém pode ver.
Nós somos monges - magros, esquisitos
que ninguém nota a palidez castanha
dos nossos olhos ternos, mas aflitos
num mal vitral duma capela estranha.
Que ninguém nota o nosso canto aguado
e o dedilhado atravessado insiste,
nós somos cegos sob o sol dourado
no transe eterno, só ele nos assiste
do dolorido ao desacreditado,
do envelhecido, espedaçado, triste...
não pode, enfim, aqui nos perceber.
Nós somos monges sob o sol pintado
num mal vitral que ninguém pode ver.
Nós somos monges - magros, esquisitos
que ninguém nota a palidez castanha
dos nossos olhos ternos, mas aflitos
num mal vitral duma capela estranha.
Que ninguém nota o nosso canto aguado
e o dedilhado atravessado insiste,
nós somos cegos sob o sol dourado
no transe eterno, só ele nos assiste
do dolorido ao desacreditado,
do envelhecido, espedaçado, triste...
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