Quando chorei pela primeira vez
nos braços da mulher que me pariu,
eu já sabia inconscientemente
que é preciso alguma forma de alívio.
Mas depois de tantos anos eu ainda
inconsciente desta forma de parir
serro meus dentes no instante incerto
e procuro um motivo para sorrir.
Vou sorrindo pelos cantos feito louco,
e meu demônio no interior se cala
e devora meu espírito pouco a pouco.
E depois de tanto riso espontâneo,
pego um espelho e examino delirante
a delinquente imagem de um farsante...