7 de jun. de 2023

 I

Os observo. Do meu covil silencioso 
busco capturar o sentido 
da minha própria ínfima existência 
apenas sendo o contrário... 

Quanta similaridade física!
Nada mais. Há partilha no bando
e suas intensões são claras, 
por mais medíocres que possam parecer.

Então balanço minha pedra afiada 
forçando meu corpo ereto,
sobre a savana imponente caminho,
consciente, atônito e primitivo.

II

Nunca estarei entre meus pares.
Isso posto, invisto em reflexões 
que mais flores do que números 
me trazem...

Nunca estarei entre meus pares.
Ao nascerem, meu corpo e consciência,
destituídos de ferramentas comuns,
apenas emulam a normalidade típica
dos típicos.

Nunca estarei entre meus pares!
Observe que nossa característica intrínseca 
nos compõe solitários e tortos,
como, por deus, iríamos nos agrupar
contrariando nossos níveis de desinteresse 
no que é o outro? No que faz o outro.

Nunca estarei entre os meus pares...

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