12 de jul. de 2023

Sempre esteve escrito 
sem entrelinhas, sempre 
esteve por cima dos panos
e nunca deixaste
teu olho vítreo e escuro 
repousar ali.

Sempre esteve fácil 
como a sua própria sombra,
próximo o bastante
feito uma sombra,
tão verdadeiro e falso -
uma sombra...

Sempre esteve impuro 
jogado às três cabeças 
do cão que nos olha de volta 
quando olhamos para o abismo,

Como um brinquedo 
passando de mão em mão
contemplando novos inícios 
de realidades esteve, o Sempre:

O deus, a singularidade, a questão...
O poema rolando a pedra morro acima.

Nem a tristeza ou alegria, nem o mal,
nem os pontos cardeais, nem o bem.

Só o sempre,
seu nome - um verbo 
sendo escrito.

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