III A Criança



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Acordo desconexo e reconcilio 
o caos dos meus sentidos desarticulados, 
de pronto te procuro pela casa e saio 
descalço no jardim onde contorno acácias 

e ali porque perdi do teu destino o rumo,
ferido de perfume por qualquer espinho 
conduzo pelo breu meu desespero ufano 
com mãos inconsoláveis feitas de vingança, 

encontro-te no ontem e já despetalado,
teus membros entre espasmos de inocência ida - 
no choque roxo puro, surto criminal! 

E o riso como luto me vestiu suspeito,
deitado no teu resto, reunido e impuro 
no jorro tanto êxtase quanto digressão. 

3 commentaria:

Izabela Cosenza at: 26 de abril de 2025 às 11:21 disse...

"Encontro-te no ontem" é um lance bonito demais de se ler, Davi.

Davi Machado at: 27 de abril de 2025 às 12:25 disse...

Pois é, Izabela, do ontem sempre vem tanto assombro, pouca coisa vem do amanhã, como a Esperança.

Izabela Cosenza at: 28 de abril de 2025 às 10:34 disse...

Boto fé, Davi. Sei bem também a cor da desesperança.