VII



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"Esta rosa desbotada, 
já tantas vezes beijada, 
pálido emblema de amor;
é uma folha caída 
do livro da minha vida, 
um canto imenso de dor!" 

Casimiro de Abreu 

Arranco desse turvo mal-me-quer 
a oculta dissidência do Destino 
que fez de mim spleen de Baudelaire 
pulsando todo gênio antidivino! 

Eu sou concupiscência, não mulher, 
é fato e sobre os fatos desopino, 
não quero quem me quer e quem não quer 
me tem completamente em desatino! 

Fadada à toda distribuição
injusta, infecunda de noção, 
sozinha no meu leito primavera, 

meus versos esculpindo a desrazão
no mármore que dorme o coração 
como epitáfio um grande: "quem-me-dera!" 

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