"Esta rosa desbotada,
já tantas vezes beijada,
pálido emblema de amor;
é uma folha caída
do livro da minha vida,
um canto imenso de dor!"
Casimiro de Abreu
Arranco desse turvo mal-me-quer
a oculta dissidência do Destino
que fez de mim spleen de Baudelaire
pulsando todo gênio antidivino!
Eu sou concupiscência, não mulher,
é fato e sobre os fatos desopino,
não quero quem me quer e quem não quer
me tem completamente em desatino!
Fadada à toda distribuição
injusta, infecunda de noção,
sozinha no meu leito primavera,
meus versos esculpindo a desrazão
no mármore que dorme o coração
como epitáfio um grande: "quem-me-dera!"
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