Amor - porque sonhei demais contigo,
que até corri o ridículo perigo
de não cumprir talvez tua penitência,
devota em minha torta obsolescência...
Amor - porque te ergui feito jazigo -
astuto obsessor que vem comigo,
ditando a pulso firme a indecência
de corromper a límpida consciência...
Nesses sonhos, que já nasceram mortos,
sou aquela a popular ondas nos portos,
inchada de penúria e confissão...
A indigna que aguarda e que evidente
não crê por fé, nem deixa inconsciente
a voz atroz da própria condição...
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