Não me vês. Qual o sentido de mentir quando a obviedade dos fatos é tão sólida e fria? Ah, quanto mistério faz ninho nessa árvore hirsuta da consciência humana!
Não me vês contorcer os neurônios em busca de silêncio de mim, de alívio de ser - alienígena! Desprezado o signo da minha alma reclama o que nunca foi promessa em sua voz.
Outrora a juventude resplendia o dulçor da novidade quente, instigante. Como era pobre e insignificante a existência que se mantinha firme em meus cadernos velhos, debatidos.
Nunca me viste. O que pensavas ser capaz de emoldurar na tua visão ideal? Algum nativo, idílico e selvagem, cantando palavras de ordem e coragem, olhos em chamas, músculos vibrantes rítmicos, gargantas aos berros nas fileiras da ânsia primeva do combate?!
Não me lês. É fato, mas não desanimes. Nem me julgues ingênuo a ponto de te crer desperta enquanto amputo em convicta mudez essas e outras orações.
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