É noite. Guarda, amor, meu nome clausurado,
selado à sete chaves atrás da tua porta...
Jamais soubeste o quanto tenho ocultado
nessas linhas febris, quanta melodia morta...
É noite nos jardins do teu doce cuidado,
traz à memória a essência, que nada conforta...
Se te vejo sorrir como tenho sonhado
não respondo por mim e pouco mais importa...
Estou preso, não vês? Melancólico a esmo,
divago a procurar-te dentro de mim mesmo
e por vezes me perco girando espirais...
É noite e ao longe acena minha alma, flutua
sobre o mar da saudade compulsiva e crua
de nunca mais te ter, de nunca, nunca mais...