31 de dez. de 2023

Casa Amarela

É noite. Guarda, amor, meu nome clausurado,
selado à sete chaves atrás da tua porta...
Jamais soubeste o quanto tenho ocultado 
nessas linhas febris, quanta melodia morta...

É noite nos jardins do teu doce cuidado,
traz à memória a essência, que nada conforta...
Se te vejo sorrir como tenho sonhado
não respondo por mim e pouco mais importa...

Estou preso, não vês? Melancólico a esmo,
divago a procurar-te dentro de mim mesmo
e por vezes me perco girando espirais...

É noite e ao longe acena minha alma, flutua 
sobre o mar da saudade compulsiva e crua
de nunca mais te ter, de nunca, nunca mais...

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